terça-feira, 28 de agosto de 2012

Manobra de Kristeller - minha opinião

Manobra de Kristeller - É quando o anestesista ou um enfermeiro, durante o período expulsivo empurra com força a barriga da mulher (o fundo do útero) para que o bebê “saia mais rápido”.

Essa manobra é proibida em alguns países e não é recomendada pela OMS, pois além de ser uma violência com mãe e bebê, pode prejudicar o assoalho pélvico, o períneo, causar inversão uterina, ruptura uterina, e uma série e complicações no parto e pós-parto, podendo inclusive causar a morte materna ou fetal. NÃO É INDICADA em caso algum!

Pois bem... Aconteceu no parto da Gi (lá no relato conta e eu até xinguei o anestesista). Eu não sabia o que era isso até acontecer e foi um procedimento que não me foi explicado previamente. Nao sabia dos riscos...

E digo: isso foi a única coisa ruim do parto. É desconfortável e dói. Acredito e confio na equipe que me atendeu e devem ter tido motivo para fazer (talvez eu estivesse sem tanta força pra empurrar - sei lá) mas deixo o recado pra quem quiser saber: conversem com seus obstetras e evitem essa manobra. Eu achei péssimo!!!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Relato de Parto

Olá todo mundo!

 Após muito tempo sem atualizar este blog eu volto com meu relato de parto. Decidi escrever sobre isso por algumas razões... A primeira é que é um assunto que me interessou muito nas ultimas semanas de gravidez e a segunda é que tenho muitas amigas grávidas e acredito que, em breve, estarão buscando informações assim como eu fiz.

Bom... A Gi nasceu no dia 30/07 (o exato dia previsto - quando completei 40 semanas) com 51cm e 3360g de parto normal. Antes de começar: não sou do tipo militante xiita do parto normal. Mas eu tinha, desde o começo da gestação (e um pouco antes até), o pensamento de que o parto normal era algo que eu simpatizava e queria tentar, se possível. Aí me descobri grávida e pensei: "vou tentar PN". Avisei a minha ginecologista/obstetra já na primeira consulta e o assunto morreu por completo até eu estar com 32 semanas. Nessa fase eu comecei a ter medo do PN por conta do povo falando o quão horrível era a dor, o quão demorado era... a possibilidade de fazer episiotomia, de ter contrações e depois evoluir pra cesárea... Confesso que cheguei a pedir pra obstetra, Dr. Marja, para fazer cesárea.

Mas eu queria PN. Eu sempre quis desde o começo e queria muito mesmo poder realizar esse sonho de estar participando do parto ativamente e não amarrada numa cama passando por uma cirurgia. Não condeno cesáreas sob nenhuma hipótese, tipo, tem que fazer por perigos na gestação, perigos pra mãe ou bebê… ok. Mas fazer só por comodidade de médicos ou comodidade de escolher data (sem necessidade) ou medo de dor… isso não concordo muito. Se o parto nào evolui bem ok também. Ninguém é menos mãe ou mais màe por fazer uma cesárea ou um PN mas no Brasil a cesárea virou banalidade quando sabemos que se trata de uma cirurgia bem invasiva e desnecesária em 70% dos casos. Ela (já sabendo que eu queria PN no fundo) não me deixou ceder a todo o medo e disse que eu tinha uma gravidez 100% tranqüila e que não tinha nenhuma indicação de cesárea (mas quem quer cesárea ela também faz). Que a dor era perfeitamente tolerável com analgesia e que ela estaria lá comigo e eu ia conseguir. Preferi confiar nela, afinal, tinha acompanhado toda gestação e me conhecia bem.

Aí eu esperei... Completei 38 semanas e nem sinal de entrar em trabalho de parto... Depois 39 e nada… Lembro até que no domingo de noite (29/07) ainda comentei com o marido que eu ia chegar na segunda no consultório da obstetra e ia sair de cesárea marcada porque estava morrendo de medo da Giovanna "passar do tempo". Na segunda-feira, dia 30/07, acordei pela manha pensando em que data eu queria escolher para ter a cesariana… e foi aí que comecei a sentir um desconforto estranho... Era uma vontade de fazer n.2 misturada com as Braxton Hicks que eu já sentia desde as 28 semanas +-. Fui ao banheiro e nao tinha n.2 pra fazer. Isso era umas 9:30 da manhã. Na hora nem pensei em trabalho de parto… porque comigo as Braxton Hicks estavam bem frequentes nas duas últimas semanas… achei que eram gases... (risos). Sério… achei mesmo que eram gases no começo. Comecei a estranhar que, apesar de ainda nao estar sentindo dor, o desconforto vinha em forma de ondas que iam e vinham em intervalos de tempo mais ou menos regulares. Avisei o marido e, como tinha consulta marcada na obstetra as 15h, decidi que ia esperar (eu ainda achava ser gases e nao sabia que já eram contrações). 

Por volta de 11h da manha o desconforto (vontade de fazer n2 que vinha em ondas) passou a vir acompanhado de leves dores. Decidi ligar na obstetra. Ela me mandou anotar os intervalos e relaxar (e ir na consulta de tarde). Aí nesse ponto eu suspeitei que seria "o dia". Avisei o marido pra vir pra casa, tomei banho e me deitei. Mas as dores foram ficando fortes e os intervalos variavam entre 15 e 5 min entre uma e outra. Marido chegou em casa e as dores estavam bem fortes já. Almoçamos e eu continuei anotando os intervalos… e eu não vou mentir… nesse ponto eu sentia bastante dor. A dor é como uma cólica menstrual mas bem mais forte (dói bastante sim mas é tolerável). Quando a contração passa a dor some. Simples assim. Na hora da dor eu tentava sentar, ficar de pé, deitar… mas nada adiantava. O melhor era agachar (pelo menos pra mim). Nessa hora eu fui ao computador e, pra me distrair, comecei a conversar com pessoas que me perguntavam de quando ia nascer e eu enrolava pra não ter que falar que estava em TP. Hehehe, sorry!

Lá pelas duas da tarde eu avisei o marido que queria já ir saindo pra consulta (por conta das dores eu sabia que ia nascer naquele dia). A dor estava aumentando e os intervalos entre contrações diminuindo. Quando passei com a obstetra e ela fez o toque eu estava com 3 dedos de dilatação. Ela então disse pra eu ir pra casa pegar as coisas da Giovanna e as minhas, tomar um banho e ir pra maternidade. Mas quem me conhece sabe que nessa altura as coisas da Gi e as minhas já estavam no carro e prontinhas. Então ela me mandou direto pra maternidade pois ela iria pra lá depois. Antes disso ela me ensinou a respirar direito durante as contrações (o que fez a dor diminuir muito). Antes eu estava respirando super mal e me sentia bem pior. Também mandou eu ligar na Dr. Simone (pediatra) pra deixá-la avisada de como estavam as coisas (que o parto seria provavelmente no fim da tarde pra ela estar de sobreaviso). 

Cheguei na maternidade 10 minutos depois com 4 dedos de dilatação (isso já era 16:30 mais ou menos). Me levaram ao pré parto e começaram a preparação: monitor cardíaco no bebê e uma máquina que media contrações + soro na veia. Fiz lavagem intestinal. Ligaram a TV e fiquei ali esperando. Aí uma hora depois mais ou menos chegou o anestesista (Dr. Jair - um anjo)… e meia hora depois a obstetra. Nisso eu estava com uns 5 dedos e Dr. Jair fez a analgesia. Meninas… a analgesia é ótima. Não dói! As contações continuavam doendo mas bem menos (a analgesia nà tira a dor completamente, viu? Mas a torna BEM mais fraca!). E aí as contrações diminuíram um pouco… Então foram acelerar o processo com alguma coisa no soro. E meu marido entrou na sala. Ficamos eu, marido, anestesista e obstetra na sala rindo e contado piadas. A cada contração eu ficava quieta e me concentrava em respirar direito enquanto a obstetra colocava a mão na minha barriga. Nos intervalos eu ria junto.

As dores foram aumentando novamente e quando chorei por nova dose de analgesia eu estava com 8 dedos de dilatação… neste ponto as dores estavam mesmo ruins novamente. Levei uma segunda dose de anestésico e esperei mais um pouco. Chegou a pediatra (as enfermeiras ligaram pedindo pra ela vir na hora certa, óbvio). Não foi muito e a obstetra fez o toque. Foi quando ouvi a obstetra dizer pra enfermeira: "Está com 10 cm. Vou estourar a bolsa e esse bebê vai nascer. Vamos fazer a tricotomia, eu estouro a bolsa e vamos já pra sala de parto, sem demora!" E assim foi! Isso era por volta de 10 para as oito da noite. Fui pra sala de parto e pediram que eu fizesse força a cada contração. Fizeram episiotomia (nào senti nada). Disseram pra não gritar ou gemer pois a força tinha que ser embaixo e não no pulmão. Eu comecei a fazer força quando sentia contrações e o anestesista me ajudava dizendo quando eu devia empurrar. Diziam pra mim "Faça força como se tivesse que fazer cocô!". Era marido, anestesista, enfermeira, pediatra e obstetra me mandando ir aos pés (hahaha).

 Fiz algumas vezes força (empurrei) e notei uma música bonitinha no fundo (pediatra colocou musica bonitinha na sala de parto). Dizem que quando o bebê "coroa" a gente sente muita dor mas eu nào lembro disso. Continuei a fazer força e aí aconteceu a coisa mais engraçada do parto. A cada contração o anestesista empurrava minha barriga de um jeito que doía mais do que qualquer contração que eu já tinha tido… aí eu me enchi e disse a ele a seguinte frase: "tira a mão da minha barriga seu merda!". Eu estava muito irritada com esses empurrões dele. Doía bastante mesmo! Logo em seguida nasceu Giovanna (20hrs). Eu ouvi o choro alto dela. As dores sumiram na hora. Juro! Demorou um ou dois minutos e a pediatra a colocou na minha barriga e disse que ela era linda (e é mesmo).  Depois levaram Giovanna e marido embora. Eu lembro de ter escutado algo como "Onde eu coloco a placenta?". Depois levei os pontos da episiotomia (que também nem senti nada). E eu fiquei na sala por um bom tempo ainda levando pontos e ouvindo as enfermeiras fazerem a burocracia de papelada - quando descobri o apgar dela (ouvi elas falarem). Desligaram a música bonitinha. Depois anestesista e obstetra me ajudaram a mudar da mesa pra maca (minhas pernas estavam quentes e bambas - mas eu as sentia normal). Mas assim: depois que Giovanna saiu eu não senti mais nenhuma dor em nenhum momento. 

Fui pro pós parto e fiquei sendo monitorada (pressão e temperatura). Trouxeram Giovanna e marido de volta. Fiquei 4hrs na salinha de pós parto. Depois fomos pro quarto. Eu lembro que estava com muito sono. Vieram enfermeiras e me ajudaram a levantar. Fui ao banheiro e tomei banho (isso era mis ou menos 1h da madrugada). Daí me ajudaram a colocar Giovanna pra mamar. Trouxeram comida (carreteiro + gelatina, pudim de chocolate, suco, sopa, salada…).

Enfim… assim foi meu parto. Super tranquilo! Não senti mais nenhuma dor depois disso. Não senti enjoo, não vomitei, não tive nada após o parto (de dor de cabeça, febre ou pressão alta por exemplo - até porque a vida toda tive pressão baixa mesmo...).

E agora algumas coisas que talvez interessem:

1. Procedimentos: (episiotomia, tricotomia, lavagem) - eu estava ciente de tudo, consenti tudo e minha obstetra havia me explicado que faria tais procedimentos. Eu concordei desde sempre pois achei que ela sabia o que era melhor pra mim.

2. Episiotomia: depois do parto senti desconforto forte e um pouco de dor por uns 3 dias (desconforto ao sentar e ao andar). Após uma semana eu sentia descoforto e dor ao fim do dia. Após 15 dias eu não sinto mais nada! Cuidados: lavar bem e passar spray de andolba. Gelo quando doía muito. Só isso. Tive mais medo de evacuar após o parto porque achei que iriam arrebentar os pontos. Demorei 4 dias pra evacuar e ainda assim morrendo de medo. Já adianto: pura bobagem pois os pontos não arrebentam. Quando meu medo passou passei a viver normalmente (e ir aos pés normalmente).

3. Barriga e peso: na mesa de parto eu já tinha perdido muita barriga. Saí do parto parecendo grávida de 6 meses. Fiquei uma semana assim. Fui me pesar com 7 dias de puerpério e estava com 7kg e 1/2 a menos (engordei na gravidez 16kg). Hoje, após 17 dias, minha barriga está como se eu estivesse grávida de 2 meses, ou seja, não tenho cintura ainda mas quase nào tenho mais barriga. Isso não é algo que me preocupa (peso e barriga) tanto que nem me pesei mais depois da avaliação da episiotomia. Mas acredito que perdi mais uns 3 ou 4 kg (totalizando 10 ou 11 em 17 dias puérpera).

4. Cinta pós parto: não usei pois a obstetra não achou necessário.

5. Resguardo e sangramento: sangramento nos primeiros dias muito intenso (de usar fralda mesmo). Uns 4 dias depois começou a diminuir. Com 17 dias agora quase nada. Uso absorventes normais. Resguardo: uns 30 dias sem ginástica de qquer tipo, só carregando peso do bebê e etc. Ainda nào visitei a obstetra para saber qdo estarão liberados exercícios mais pesados e outras coisas mais.

Bem.. quem quiser mais informações (amigas grávidas) só perguntar que eu respondo. Não sei nada sobre cesarianas e só posso relatar a minha experiência de parto, ok? Beijos